Já reparou que não é fácil nos decrever? A tendência é deletar e começar de novo, e quando vemos já passou um tempão, rss.
Eu acredito que somos a união de caracteristicas e qualidades, e a exclusão de outras também. Afinal, cada experiência nos molda! Cada amizade deixa um pouquinho dela e leva um pouquinho da gente também.
Agora vou te contar sobre mim, e qua tal depois você me contar um pouquinho de você? Amo conhecer pessoas.
Eu nasci em Brasília, e vivi minha vida toda praticamente aqui, exceto quando aos 22 anos ficava a semana toda em Goiânia trabalhando e voltava apenas aos finais de semana ( isso significa que morei lá?). Foi um ano assim, e hoje não sei como dei conta dessa jornada.
Até 2014 eu trabalhava vestida formalmente o tempo todo, em grandes instituições (particulares e públicas) , como consultora e trabalhando 100% com o intelecto. Mas depois de uma internação com embolia pulmonar em 2013 minha vida mudou. Eu precisava respeitar meus novos limites e estabelecer uma nova forma de viver. Nessa etapa eu já era mãe, meu pequeno nasceu em 2011, e eu vivenciei um amor que não imaginava existir.
Até 2012 eu consegui me desdobrar e conciliar tudo, trabalhava 4 horas longe, e mais 6 em casa com ele pendurado, fui agraciada nesse período com um chefe maravilhoso, e que sabia que feliz assim eu ia produzir mais. Mas mudei de empresa em 2013 e ele precisou ficar de 7 as 7 na creche, e isso me matava silenciosamente. Me sentia culpada, me sentia ausente, me sentia péssima. Não por ele estudar, mas por passarmos tanto tempo afastados e por ele ter que ficar 12 horas na escola. Não era o que eu queria proporcionar para meu filho. Bem, eu acredito que o corpo mostra o que guardamos silenciosamente, e meu corpo deu o basta que eu não estava dando.
Após a internação, eu comecei a pensar o que faria, a única certeza era que não dava mais para ser como estava. E antes de saber o que iria fazer eu pedi demissão, abri mão de um salário maravihoso e certo, abri mão de uma vida profisional em que eu era reconhecida e que sabia exatamente o que fazer e como fazer, sim, eu era muito boa ( e não é questão de modéstia mas de consciência, eu estudei muito para chegar no nível que tinha alcançado). E nessa mudança brusca, sim, deu frio na barriga, sim, deu medo, sim, deu insegurança! Mas eu ia aproveitar o tempo com meu pequeno até decidir o novo caminho a trilhar.
A fotografia sempre esteve na minha vida, eu enontrei em casa uma câmera analógica quando tinha 12 anos e me apropriei dela. Queimei muito filme ( não sei se são dessa época mas tinhamos cliques limitadissimos, e as vezes quando íamos revelar descobriamos que fizemos algo errado e estava tudo preto). Mas entre certos e muitos erros fui aprendendo sobre luz, ângulo e alguns truques. O problema era que tinha no máximo 36 poses então tinha que pensar muito bem o que iria registrar. Quando apareceram as primeiras digitais fui a loucura, mas demorei muito tempo até conseguir compar uma cybershot.
Quando meu filho nasceu eu comprei uma Alpha da Sony e ninguém mais me segurou, eu queria registrar tudo dele, seu crescimento, suas descobertas e comecei a colocar ele em supostos cenários, aprontei com meu pequeno.
Em 2014 fiz meu primeiro trabalho pago como fotógrafa, foi um ensaio de recém nascido e desde então nunca mais parei. Claro que os primeiros trabalhos não foram nem perto do que faço hoje ( foram muitos cursos, estudos e aprimoramentos).
Hoje não sei como vivi tanto sempo longe desse univ erso que literalmente me alimenta a alma. Sabe por que? Porque primeiro eu amooooo bebê, sou daquelas que se pudesse seria mãe de nove. Segundo, porque evoluo a cada ensaio como pessoa, conheci muitas histórias e superação, de amor e isso me motiva a ser um ser humano melhor. Terceito porque me conecto com muitas pessoas que pensam e sentem parecido comigo, que tem a família como bem maior, que são valor a cada momento em família, que celebram a vida e cada momento por mais simples que sejam. E tem uma lista enorme a mais que tornaria muito extenso aqui, mas que em suma me faz me sentir viva.
Meu propósito é mostrar para o máximo de famílias que eu puder que essa pausa para fazer um ensaio na verdade é uma forma de valorizar tudo que temos de mais especil, uma forma de ver de um novo ângulo os momentos simples, uma forma de eternizar abraços e sorrios, de fazer valer nossa correria do dia a dia, e de minimizar a culpa que as maioria das mães tem hoje pelo estilo de vida que temos. Porque quando a mãe vê os sorrios dos filhos, os olhares deles pra ela, ela sabe que está no caminho certo de construir algo lindo! Ela vê como é belo essa relação mesmo no meio da correria, da loucura, do estress e do receio de estar errado.
Eu gosto de gente, de gente simples, de gente amorosa, de gente que abraça, de gente que da bom dia, de gente que sorri com o olhos, de gente que estende a mão, de gente que é amigo, de gente que faz nosso dia melhor só por existir. E eu tenho a oportunidade de a cada dia conhecer mais gente assim.
A Gabi Aine, é só a Gabi, um mix de sentimentos, dos mesmos que vocês também sentem. Mas acima de tudo a Gabi Aine é gratidão, pela vida, pela família e pela confiança de cada um que passa pelas minhas lentes!